terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

9 Passos importantes para Vencer a Depressão


Todas as vezes que você passar por problemas difíceis e continuados se não tomar muito cuidado pode entrar num "ciclo de angústias". Uma rotina de sofrimento terrível. Também conhecida como “Gostar de sofrer”. E o estado depressivo é justamente a acomodação neste ciclo. Em minhas palestras pelo Brasil já fiz muitas referências aos meus tempos de dificuldades (que às vezes ainda voltam), passando apertos financeiros, dilemas familiares e necessidades em diversos níveis; sei também de outras pessoas que passaram ou estão passando por graves problemas de saúde, familiares, profissionais , sentimentais. Pode ser que você, neste momento, esteja bem no meio de uma turbulância, e seria muito egoísmo de minha parte não compartilhar com você um pouco das ajudas que recebí e das atitudes que tomei para enfrentar aqueles difíceis anos de tendências à me entregar à tristeza e a depressão. Os meus 10 passos estão misturados e destacados à minha narrativa.


UM FATO DETERMINANTE, Enquanto estamos lutando contra a depressão,

1-) O que você pensa é o que determina a qualidade do seu dia. Você decide se vai ou não usar, naquele dia, a sua mente com pensamentos bons ou ruins. Você não percebe, mas acha que todo pensamento é inevitável. Mas não é. Não é mesmo.

2-) Temos que tomar o controle de nossos pensamentos, ou seja, pensamos aquilo que queremos. Deixamos fluir apenas aquilo que nos interesse. Mantemos na mente apenas aquilo que, por uma análise rápida, consideramos benéfico. Lembro-me de um dia muito interessante em meu processo de luta contra a depressão: A Companhia de energia havia cortado minha luz. Levaram inclusiva o relógio (dias antes eu havia religado a energia por conta própria, revoltado com a situação), Tive naquele momento duas alternativas: 1. Me revoltar novamente e alimentar sentimentos de rancor, angústia e vingança; 2. Planejar um jantar a luz de velas e demoinstrar à minha família as vantagens do banho gelado. (Engraçado não é?) Pois é, mas foi o que eu fiz, e decidí pela segunda alternativa (FAÇA ISSO VOCÊ TAMBÉM), tomamos banho gelado e fizemos um jantar à luz de velas. Cantamos, contamos histórias e fomos dormir como uma família.

O DIA SEGUINTE: Pensei com calma em alternativas para o problema, busquei conselhos e em 48 horas estava com minha energia religada. As decisões do dia anterior deixaram minha mente pronta para decidir de forma produtiva e objetiva no dia seguinte.

SUA MANEIRA DE ENXERGAR AS SITUAÇÕES, DETERMINA O QUANTO AQUELA EXPERIÊNCIA VAI INFLUENCIAR SUA VIDA. POSITIVA OU NEGATIVAMENTE!

VIGIAR OS PENSAMENTOS, COLOCAR UM ALARME CONTRA PENSAMENTOS INÚTEIS OU DESTRUTIVOS.

3-) Você deve também pensar que há muitas pessoas que estão passando pelos mesmos pobremas que você, e até bem maiores, portanto não você está sozinha(o) nisso. Como disse, é muito importante vigiar os próprios pensamentos; quem sabe a origem da sua depressão é apenas um montinho de areia da praia. Se você olhar para seu cotidiano pode descobrir seu exato tamanho. Também pode valorizar tanto seus problemas que se tornará um “world trade center” ou um “Pão de açúcar” se destacando em meio a paizagem; Cuidado pra não “se achar” o problemático da hora.

Resistência. Pouca coisa consegue superar uma boa resistência. Já teve a experiência de não querer fazer algo? Na adolescência por exemplo? Seus Pais diziam: Faça isso; Você dizia não quero... Mas fazia. Isso pode ter durado algum tempo, mas se você se mostrou resistente durante aquele período, meso fazendo, certamente seus Pais cederam e você não teve que fazer mais. Falo de algo genérico. Mas de forma específica temos que demosntrar RESISTÊNCIA contra os pensamentos, desejos e ações auto-destrutivas; Resistir, dizer a si mesmo NÃO vou ceder a autopiedade. NÃO vou ceder ao rancor. NÃO vou ceder a amrgura. NÃO vou ceder ao passado, NÃO vou ceder a saudade, NÃO vou ceder a tristeza e por aí vai.

4-) Quais tem sido seus maiores inimigos nesta batalha? Identifique-os e RESISTA.

5-) SEJA ÚTIL, de forma muito prática e objetiva, pergunte-se: O que há de importante para se fazer por aqui? ONDE? Na família, na vizinhança, entre os amigos, no bairro, no condomínio, na cidade, no país, no planeta, em minha própria vida...

...Encontre espaços onde você pode e deve ser útil e começe algo. Torne sua vida que já é importante em uma vida cada dia mais útil; Quer uma dica pra hoje? Pense em 5 COISAS (1 para cada) que você pode fazer na semana para cooperar com:

1. Um vizinho(a);

2. Um amigo(a);

3. Um Parente;

4. Um desconhecidoi;

5. Você.

Pense no que fazer, como fazer, quando fazer e faça; Não quero deixar a idéia de que a depressão se combate com ativismo, mas a falta de uso de uma vida nobre (a sua) pode trazer constrangimento à sua alma.

6-) MUDE SUA MANEIRA DE ENCARAR A VIDA, Como você tem vista a vida até agora? Um perde e ganha? Um campo de batalha? Lutando pelo que? Por sua vontade? Por seus instintos? Pela submissão dos outros? Pela apreciação dos outros? Pra ser ouvido? Pra fazer e fazer? COMO VOCÊ NCARA A VIDA? Centrada em uma ou algumas pequenas batalhas, como acima mencionadas? OU a Vida é tudo isso e muito mais. Perceba as áreas de sua vida que ficaram esquecidas. Pare e pense sobre isso, encontre essas áreas e começe a investir nelas, se decidir que vale a pena;

7-) Exercite a mente, começe uma empreitada para aprender. Sim, aprender é uma das atividades mais saudáveis que existe e um dos maiores remédios contra a depressão e a sensação de vazio. Quando aprendemos começamos a enxergar a vida sob outros prismas. Aprender nos ajuda a alcançar nossos horizontes. Estimula nossa criatividade. Nos coloca em condições de agir. Escolha um tema, um livro ou quem sabe um curso. Aprenda. Decida ter o aprendizado como uma de suas atividades frequentes. Na minha luta, nos tempos mais difíceis, todo mundo podia me ver com um livro nas mãos. Estava sempre lendo. Uma das coisas que aprendi foi desenvolver site (nada excepcional) mas aprendi os segredos. Aprimorei meu Inglês. Fiz um curso de Instrutor de Trânsito (Bom demais), Lí muito sobre psicologia. Fiz novos estudos sonbre a Programação Neurolinguistica...

Muito deste aprendizado tenho utilizado em minha vida e em minha profissão até os dias de hoje. E repito a dose com frequencia. Tornei-me um estudioso frequente. Exercito minha mente diariamente. Tento aprender algo novo a cada dia. Isso tem sido uma verdadeira fortaleza mental pra mim e para os que me cercam. Também tenho tomado o cuidado de não me tranformar em um “sabe tudo”. Aquele cara chato que tem respostas pra tudo, que já fez de tudo, que conheçe tudo. Isso é deprimente. Mas tento ser útil com o que aprendo. Só isso.

8-) Receba os traumas da vida como situações “Naturais e inevitáveis” pois a vida é assim mesmo. Os adéptos do “Não sofrimento” na verdade demosntram um grau muito grande de imaturidade e covardia. Não existe vida sem processos. E todo processo traz mudanças, sofrimanetos e resultados. O Seu processo está acontecendo agora. O do outro já passou ou ainda virão outros. A questão é entender nosso processo de crescimento. Se livrar das situações difíceis da vida quando for possível, é bom, mas melhor ainda é reconhecer que estas são inevitáveis e que o grande segredo da felicidade está em aprender a lidar com as situações. Receba esta oporttunidade de crescer e depois que o temporal passar analise o que aprendeu e como poderá usar para a felicidade dos outros e a sua própria.

A experiência da depressão é uma das mais ricas que o ser humano pode passar. Não aconselho que entre nela. Mas se já entrou, começe o caminho de volta, traga algumas impressões encontradas no fundo do poço. Suba devagar pra não escorregar. Ignore os ecos da subida, são apenas ecos. Segure-se firme nas 9 (nove) cordas que te lançei (ou outras mais que possa conseguir), ao encontrar outros na subida, compartilhe algumas cordas e ajuse-os, não se esqueça de olhar pra cima, existe luz na entrada do poço, ela está sempre encima porque é de lá que as mãos mais poderosas do mundo estão te segurando. Você sabe quem, não é?

9-) Então confie, acredite, tenha fé!

E nunca se esqueça de colocar Jesus Cristo em seu coração. 

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Aprenda como superar a solidão

Basta assumir a responsabilidade pela sua própria vida e ter coragem de romper com velhas crenças e valores

A solidão é um tema que mexe muito com todos nós. A solidão envolve uma sensação de abandono e amargura, de desprezo, mesmo! Superpoderosa, ela corta a nossa alegria de viver e vai sufocando tudo o que há de bonito dentro da gente. É impressionante como a maioria das pessoas acha que solidão é a falta de gente no nosso convívio, quando, na verdade, ela é a falta de nós mesmos. A solidão é um fenômeno interior, não depende de terceiros. Você pode, inclusive, sentir solidão estando no meio de amigos que lhe querem bem. A solidão, no fundo, representa o quanto você está longe de si. O quanto você não se aceita. O quanto você não está do seu lado. O quanto você se vê negativamente. O quanto você se culpa e se reprime. Esses processos naturais de auto-rejeição levam você a se sentir sozinha, longe de si.

O primeiro passo, portanto, para acabar com a solidão, é assumir a responsabilidade pela sua própria vida. Quando adota essa atitude, você conquista o poder de lidar com qualquer situação, porque sai da posição de vítima e faz algo concreto para seu próprio bem. Fazer algo por nós mesmos é fundamental para quem quer melhorar a vida. Mudando suas atitudes, um mundo novo e cheio de possibilidades se abre.

O segundo passo é enfrentar a si mesma. Isso significa bater de frente com todos aqueles valores e crenças ultrapassados que vinham regendo sua vida. Significa abrir mão de pensamentos e atitudes que não têm mais nada a ver com as suas reais vontades. Quando conseguir fazer valer suas próprias escolhas, você diminuirá a distância que tem de si mesma. E, quanto menor essa distância, menos solidão você sentirá

Assim, sua personalidade pode mudar. E o mundo também muda! Se você enfrenta a si mesma e rompe com idéias velhas e comportamentos antigos, as pessoas vão olhá-la diferente e vão respeitá-la, porque vão sentir que você está com uma energia diferente. Com essa nova energia, as situações da sua vida vão se abrir maravilhosamente bem. Por quê? Porque, se você passou a se tratar bem, a vida, em resposta, também vai lhe tratar bem.

Então, vamos lá: abandone já seus valores do passado. Nada de ser uma pessoa bonitinha para o mundo, só para ter a aceitação de todos. Apóie suas próprias verdades e não tenha medo de nada. Ninguém vai aceitá-la se você não se aceitar antes. Ninguém vai amá-la, antes de você se amar. Para aquela idéia do ser ideal, diga “tchau”! E diga para si mesma: “Quero ser o que sou. Quero me sentir bem. Quero assumir 100% do meu modo de ser. Não quero censura. Não quero agradar aos outros, mas a mim mesma. Tiro agora o poder que dei para os outros e o tomo em minhas mãos. O poder sobre o meu mundo é só meu”.

Assuma essa nova postura e nada de ficar se martirizando com o que já passou, viu! Você errou, sofreu com as atitudes que adotou no passado, mas tudo ficou lá trás. O que importa é que, a partir de agora, você está do seu próprio lado. Você está disposta a mudar para ser o que é melhor para si mesma. Você reconheceu seus erros, aprendeu as lições e agora tem forças para dizer NÃO quando for preciso. Lembre-se: você não tem mais força para fazer o que os outros dizem que é certo. Não tem mais forças para ser igual ao que a maioria das pessoas espera, ao que a religião espera ou ao que a sociedade espera. Você só tem forças para ser o que é realmente. Esteja sempre consigo mesma, se assuma – e você verá que nada mais vai assustá-la, porque você estará sempre do seu lado. E, assim, o universo também estará do seu lado!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Sentido do matrimônio

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

CRISES NO CASAMENTO POR DESLEIXO, ROTINA E DETERIORAÇÃO DA VIDA CONJUGAL



O matrimônio deteriora-se quando não se renova, quando se permite que entre nos trilhos da rotina.

Há uma rotina indispensável e benéfica que nos permite cumprir com regularidade, constância e pontualidade os nossos deveres espirituais, familiares e profissionais. Esta rotina constrói uma estrutura de vida sólida, cria um comportamento homogêneo que nos ajuda a libertar-nos da espontaneidade meramente anárquica, dos caprichos emocionais dissolventes e perniciosos.

Mas existe uma outra rotina, a rotina mortífera, que deve ser afastada como a peste. É uma rotina que, pouco a pouco, como uma sanguessuga, vai dessangrando o con vívio conjugal. Todos os dias um pouco. Imperceptivelmente, endurece-nos, converte os nossos atos em algo mecânico, torna-nos autômatos, robôs sem vida, extingue o calor e a alegria de viver e de amar. Esta rotina provoca um desgaste progressivo na vida familiar, uma perda de energias, uma espécie de anemia vital que torna a existência cinzenta, anódina, incolor.

Lembro-me daquela música dos anos 60 cantada por Ronnie Von: "A mesma praça, os mesmos bancos, as mesmas flores, o mesmo jardim, tudo é igual, assim tão tris te..." Alguns poderiam queixar-se, de forma semelhante: "A mesma esposa, a mesma família, o mesmo trabalho, a mesma paisagem, a mesma "droga de sempre"... É tudo tão triste e cansativo..."

Talvez se consiga continuar caminhando mesmo assim. Externamente, o casal vai mantendo as aparências, como um móvel visitado pelo cupim, corroído por dentro. Por fora, nada se percebe, mas de repente tudo desmorona, os cenários desabam, as fachadas caem e aparece um panorama desolador: "Meu Deus, toda a minha vida, daqui para a frente, vai ser igual"... E entra-se numa espécie de letargia mortífera. Muitas infelicidades, muitas crises conjugais, muitas deserções são provocadas por esse fenômeno.

Quando na nossa vida diária não "contemplamos o amor", não renovamos o amor, caímos nessa rotina que mata. Os mesmos bancos, as mesmas flores, o mesmo jardim, a pesada monotonia do que é sempre igual, deve-se - como dizia ainda a canção - a que "não tenho você perto de mim". Quando o amor está ausente, tudo é tão triste...!

Você talvez já tenha passado por uma experiência parecida. Estava trabalhando numa tarefa extremamente enfadonha, repetitiva, rotineira... e pensava: "Tomara que termine logo"... De repente, alguém que você ama muito pôs-se ao seu lado e disse-lhe: "Deixe que lhe dê uma mão. Ao menos, deixe-me ficar com você até terminar"... E, naquele momento, você murmurou: "Tomara que não termine nunca!" As mesmas circunstâncias mudam substancialmente quando o amor está presente. A mesma família, a mesma esposa..., mas tudo é diferente porque se soube remoçar o amor: as pupilas, dilatadas pelo amor de Deus, pelo amor ao cônjuge e aos filhos, conseguem enxergar uma nova família, uma nova esposa, um novo trabalho todos os dias.

O poeta francês Lamartine passava horas a fio olhando sempre para o mesmo mar. Alguém lhe perguntou certa vez: "Mas não se cansa de olhar sempre a mesma vista?" - "Não - respondeu -; por que será que todos vêem o que eu vejo e ninguém enxerga o que eu enxergo?" A sua alma de poeta permitia-lhe ver realidades diferentes nas paisagens de sempre. A alma contemplativa que o amor nos confere dá-nos também essa acuidade espiritual que nos permite ver mundos novos por trás das aparências sempre iguais do monótono viver diário. Em contrapartida, quando não existe uma viva preocupação por renovar o amor como o fator mais importante da vida conjugal e familiar, aparecem esses matrimônios corroídos pela monotonia.

Lembro-me do Gilberto e da Cida. Acompanhei as suas vidas desde o início do casamento. Amavam-se muito. Gilberto, jovem advogado que achava lindíssima a sua "Cidinha", trabalhou muito e prosperou. Aconselhava-se espiritualmente comigo.

Depois de catorze anos de casamento, Gilberto disse-me um dia:

- O meu casamento entrou em crise. Morro de tédio e monotonia. Todos os dias, quando me levanto, vejo a Cida despenteada, sem se arrumar, horrorosa, com os pés enfiados nuns chinelos horríveis que não troca faz quinze anos, arrastando-se pelos corredores, cansada... Abro a porta do quarto e encontro as crianças, que já são adolescentes, discutindo, brigando... A minha casa parece um zoológico...

"Depois, chego ao escritório e encontro lá a Mônica, uma estagiária. O panorama muda da água para o vinho. Ela é encantadora. Acho que tem uma queda por mim... Aproxima-se, charmosa...: "O senhor parece cansado...; não quer que lhe traga uma aspirina com uma coca-cola?" E afasta-se com um andar cadenciado que me arrebata... Estou perdendo a cabeça... Em casa, sinto-me acorrentado... Tenho necessidade de libertar-me. Por que condenar-me à prisão de um amor que já morreu? O contraste entre a Mônica e a Cidinha é muito forte... Não sei, não... O que me aconselha?...

- Eu lhe daria quatro conselhos - respondi -, mas preciso antes que você me diga se está disposto a cumpri-los.

- Sempre aceitei e pratiquei os seus conselhos, e não é agora, neste momento crítico, que deixarei de segui-los! - O primeiro - prossegui -, é que mande embora a estagiária...

- Não! Isso não!!

- Prometeu seguir os meus conselhos... Ao menos, dê-lhe trinta dias de férias remuneradas...

- Isso sim, posso fazer...

- Em segundo lugar - acrescentei -, leve o seu filho mais velho à igreja em que você se casou, e, diante do altar e do sacrário onde você prometeu à Cida que a amaria até que a morte os separasse, diga ao seu filho que pensa trocar a mãe dele pela Mônica... Já imaginou o que lhe responderá esse seu filho, que lhe parece um "bicho do zoológico", mas que ama o pai mais do que tudo no mundo? Quer que lhe diga?: "Pai, esperaria qualquer coisa de você, menos que fizesse uma cachorrada dessas com a minha mãe"...

- O senhor está sendo duro demais - retrucou o meu amigo.

- Não. Pense que estou apenas adiantando o que, muito provavelmente, lhe dirá o seu filho...

"Terceiro conselho: olhe a Cida com outros olhos, como a mãe dos seus filhos, como aquela que perdeu a juventude e a beleza ao seu lado, que já fez o papel de enfermei ra - quantos remédios ela já não lhe levou à cama! -, mãe e companheira amorosa; e, especialmente, recomendo que aprofunde mais na sua vida espiritual, que está muito desleixada: daí tirará forças. E, por último, antes de ter essa conversa com o seu filho, espere que eu fale com a Cida... Diga-lhe que marque uma hora comigo...

Veio a Cida, toda inocente, desarrumada, despenteada:

- Cida, por favor, arrume a "fachada" e... compre outros chinelos!

A Cida era inteligente. Foi ao cabeleireiro, comprou roupas novas, uns chinelos novos, tornou-se mais carinhosa com o Gilberto, preparou as "comidinhas" de que ele gostava... e terminou "reconquistando" o marido.

Quando a Mônica voltou de férias, o Gilberto dispensou-a sumariamente.

Hoje, Gilberto e Cida são muitos felizes. O filho mais velho formou-se em Engenharia. Nem suspeita de nada. Continua adorando o pai, como os demais irmãos. Mui tas vezes penso o que teria acontecido a essa família se o Gilberto se tivesse deixado enfeitiçar pelo canto da sereia.

É evidente que nem o marido nem a mulher devem permitir esse desgaste. A monotonia densa, pesada, que torna a vida uniforme, insípida, tediosa, insustentável, venenosa, reclama clamorosamente uma renovação.

Outra recordação que talvez seja útil. Um amigo veio-me fazer uma confidência sobre as "amarguras" do seu casamento:

- A Elizabeth está esquisita, anda queíxando-se continuamente de stress; sente-se abafada dentro de casa; diz que não tem horizontes...

- Mas ela era alegre, animada, esportista... Por que você não tem a coragem de perguntar-lhe à queima-roupa: "Que você gostaria de fazer um dia qualquer deste mês? Diga, por favor, rapidinho"...

Ele fez a experiência e ficou "bobo":

- Ela começou a pular e rir como uma criança... "Você fala a sério? Eu quero ir à praia de Búzios e comer uma suculenta peixada depois daquele banho de mar, no mes mo quiosque onde nós íamos namorar..." Quando eu concordei, rindo, foi como se o véu da desmotivação que cobria o seu rosto caísse por terra num instante. Fomos à praia, almoçamos como quando éramos namorados... e regamos a "peixada" com uma cerveja geladinha... O senhor quer saber de uma coisa? Ela não arreda pé ... Cada trinta dias me pergunta: "Vamos a Búzios?" Faz dois meses que não discutimos. Ela está muito bem disposta... parece que o cansaço acabou...

Renovar-se ou morrer, dizem os franceses; é preciso superar essa seqüência cinzenta de dias e semanas; é mister uma renovação de idéias, projetos e programas de vida, introduzindo em cada semana uma pequena novidade, um passeio, um jantar fora de casa, um "dia azul"... e a cada biênio um novo roteiro de férias, uma pequena reforma na casa; e, para as mulheres especialmente, uma renovação da fachada, do visual, do penteado..., esforçando-se por estar sempre atraentes, dentro de casa ainda mais do que fora, a fim de conquistar e reconquistar o seu marido todos os dias.

Mas o que é mesmo absolutamente necessário é o fortalecimento espiritual. Como já dissemos, é do fundo da alma que brotam, como de uma fonte, novas perspectivas de vida. O Espírito Santo permite, como diz a Sagrada Escritura, que a nossa juventude se renove corno a da águia! (SI 102, 5). Todo o amor genuíno, seja qual for a sua natureza, tem em Deus o seu fulcro e o seu término. Por isso, o problema da monotonia, do cansaço, do desgaste do amor conjugal encontra no amor de Deus o estopim da sua renovação: é o amor a Deus, vivido no meio dos afazeres diários, que dilata as nossas pupilas para que possamos, como Lamartine, encontrar no mar da família perspectivas novas, e no rosto do outro cônjuge os valores esquecidos.

Um caso que ilustra esta verdade. O marido - que já tinha passado dos sessenta, e ela idem - vinha-me dizendo havia anos que não suportava mais a mulher, que con viviam, mas trocavam poucas palavras, e que iam à Missa e faziam as suas orações cada um por sua conta. Mas ele sofria com esse seu modo de ser, pouco flexível em questões domésticas, e lutava por vencer-se. Um dia, porém, chegou com um largo sorriso: "Sabe? Desde há um mês, voltamos a rezar juntos, minha mulher e eu". Parece uma bobagem, mas esse gesto comum - rezar juntos - derrubou as barreiras. No início custou, mas pouco a pouco converteu-se no sinal mais claro e mais seguro da reversão de uma crise matrimonial que se vinha arrastando, surda e tristonha, havia décadas.